Mais blends pra vocês
Ariana Grande
No ano de 2012 foi feita uma tentativa de censura a algumas obras de Monteiro Lobato
e proibição da utilização dos livros em escolas públicas. O responsável
pela acusação de racismo na obra do escritor foi o Instituto de
Advocacia Racial e Ambiental (Iara), que avaliou como impróprias e de
cunho racista algumas passagens dos livros Caçadas de Pedrinho (1933) e
Negrinha (1920). Os trechos das obras indicados pelo Iara são: “Negrinha
era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura,
de cabelos ruços e olhos assustados” (Negrinha) e “Tia Nastácia,
esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de
carvão” (Caçadas de Pedrinho). A partir de uma denúncia da Secretaria de
Promoção da Igualdade Racial, o parecer foi aprovado de forma unânime
pela Câmara de Educação Básica do CNE e enviado ao Supremo Tribunal
Federal (STF), onde encontra-se em processo.
Esta discussão começou quando, no dia 30 de junho de 2010, o
Sr.Antônio Gomes da Costa Neto, Técnico em Gestão Educacional da
Secretaria do Estado da Educação do Distrito Federal, indicou, no
Parecer CNE/CEB n°.15/2010, que os editores do livro Caçadas de
Pedrinho foram descuidados “em relação aos estereótipos raciais
presentes na obra, mesmo que estejamos em um contexto no qual têm sido
realizados uma série de estudos críticos que analisam o lugar do negro
na literatura infantil, sobretudo, na obra de Monteiro Lobato e vivamos
um momento de realização de políticas para a Educação das Relações
Étnico-Raciais pelo MEC, Secretarias Estaduais e Municipais de
Educação.”